terça-feira, 13 de julho de 2010

A Expansão e a Natureza

As descobertas marítimas romperam com o enclausuramento das partes do mundo conhecido, alterando os rítmos da vida cotidiana dos indivíduos dos séculos XV e XVI. A navegação por mares incertos, exigia uma reunião de interesses econômicos, políticos e, sem dúvida, culturais. Os descobrimentos além de revelarem a verdadeira dimensão do mundo para a humanidade, desencadeia um novo reordenamento nas estruturas de pensamento: o ambiente da ação humana e o seu conhecimento passam a serem ampliados.
Esse processo ao permitir um conhecimento do mundo, trazem consigo uma nova leitura da existência humana. A Igreja, detentora do saber primordial sobre as origens da civilização ocidental, redireciona suas explicações. O novo precisa ser inserido no discurso religioso das Escrituras Sagradas, como algo que foi perdido e era achado, um reencontro das partes até então desunidas. E isso só foi possível por uma única razão: o ponto em comum entre elas, o monoteísmo cristão que reunia de maneira convergente todas as coisas criada pelo ente divino. Deus era o centro do universo.
Então, a cristandade se abriu para um amplo questionamento cultural e religioso, e buscou na natureza compreender as semelhanças e as diferenças entre o novo e o velho mundo. Os elementos da natureza foram utilizados como símbolos religiosos para estabelecer a relação com Deus, e os missionários se apresentavam como agricultores, pastores que conduziam as ovelhas.
Na Idade Média, os cristãos, acreditavam que a natureza era o caminho para esclarecer o mundo e a si mesmo. Por isso, preservavam-na acreditando que fazendo isso estariam dando continuidade a obra de Deus.
Fonte: Assunção: Paulo de. A Terra dos Brasis: a natureza da américa portuguesa vista pelos primeiros jesuítas (1549-1596), São Paulo: Annablume,2001.
Marta Nascimento

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